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Jesus no Trio de Ataque

Não há volta a dar: quem ganha tem sempre razão. Tal ideia, transmitida amiúde nos últimos tempos na comunicação social, ganhou força com a entrevista de ontem. Esta foi, provavelmente, a primeira entrevista do treinador a uma televisão, desde que foi campeão, não contando eventualmente com a Benfica TV. Foi, por isso, também a primeira em que Jorge Jesus teve de responder a questões de intervenientes declaradamente adeptos dos clubes rivais. Por outro lado, uma entrevista em directo na televisão é muito diferente de uma dada a um jornal, o entrevistado terá menos pressão, as ideias serão mais claras e pode beneficiar dos arranjos formais e gramaticais do jornalista que trabalha o texto. Daí que muito do que ontem transmitiu, pelas palavras ou pelas expressões corporais, não foi perceptível através da letras d’Abola de sábado.
À partida, pelo menos uma coisa foi evidente e serviu para confirmar o que muita gente afirmava: o ponto forte de treinador Jorge Jesus é a vertente técnica e táctica. Com base na sua longa experiência de primeira divisão, demonstrou conhecer a forma de jogar das equipas portuguesas, as suas nuances estratégicas e os estratagemas legais a que por norma recorrem. Respira o futebol de outra forma. Com ele, o futebol do Benfica tornou-se mais vivificante e empolgante, à medida de uma sinfonia onde todos os intérpretes se entregam à experiência e a dissonância de qualquer nota fora de sítio denuncia claramente o desafinado. Porém, o Campeão de 2009/2010 teve muitos executantes, que não destoaram quando foram chamados para o lugar dos principais!

Contudo, Jorge Jesus, no seu estilo frontal e até anti-académico, pareceu revelar alguma falta de sinceridade, que contrastou até com alguns excessos quando questionado sobre outros temas. Logo de início, Rui Moreira aplicou uma «tesourada» às pernas do treinador quando lhe perguntou como é que conseguiu manter um equilíbrio pessoal, merecedor de respeito por parte dos adeptos dos outros dois «grandes», durante um ano particularmente belicoso e com várias posições semi-cómicas por parte do FCP. Não que eu quisesse que ele desatasse a injuriar os adversários e a virar as mesas no meio do programa, mas aquela resposta cheia de meias afirmações deixou muito a desejar. Para quem gosta tanto do conflito e de estar no meio de insanas provocações parietais (e, enfim, até o entendo em parte, porque também cresci na Amadora), o treinador fugia declaradamente quando se tratava de afirmar algo que ferisse sensibilidades alheias. Chegou ao ponto de desculpar as pedradas tripeiras, classificando-as como “normais” (o Aimar que o diga!), tudo de forma deliberada e respondendo, aos poucos, à pergunta a que pouco habilmente fugiu logo no início do programa. Claro, ele tem que zelar pela sua imagem, até porque ninguém conhece o futuro e o futebol português é tripartido, por isso convém agradar a gregos, troianos e sportinguistas. Mas desculpar acções violentas, sobretudo quando (quase) se sofre as consequências na pele é irresponsável, no mínimo. A este facto acresce outro, que julgo estar de alguma forma ligado. O Benfica perdeu em Braga e no Dragão e empatou em Olhão. Nos períodos que antecederam estes jogos foi criado um ambiente hostil, virulento mesmo quando penso no jogo do Porto e ao qual assisti, que, de forma geral, afectou a performance da equipa. Não sei se será pelo facto de existirem muitos jogadores jovens no Benfica, ou se esse vertente da personalidade de Jesus voltou a manifestar-se, mas pelo menos seria de esperar respostas mais agressivas de um grupo comandado por alguém que precisamente se sente mais “à vontade nesses ambientes e que foge da serenidade”. Espero que o Benfica e o seu treinador possam melhorar esse aspecto no próximo ano, até porque internamente não vislumbro melhorias e a agressividade também é necessária para alguém ganhar uma Champions. Mourinho que o diga!

2 comentários:

  1. Como primeira crónica deixo aqui os meus parabéns camarada!

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  2. Welcome Ptolomeu :)

    Estive a ler agora e gostei muito da análise. Continua assim.

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